O Ministério da Saúde divulgou nesta sexta-feira (19) uma nota oficial em que critica com veemência a decisão dos Estados Unidos de impor restrições à participação do ministro Alexandre Padilha na reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), marcada para ocorrer entre 29 de setembro e 3 de outubro, em Washington. O governo brasileiro classificou a medida como “infundada e arbitrária” e alegou que ela compromete o exercício diplomático do país.

“Em razão dessas limitações infundadas e arbitrárias ao exercício diplomático brasileiro, o ministro Alexandre Padilha decidiu não participar das atividades para as quais foi convidado e permanecer no Brasil”, afirma o comunicado. A nota acrescenta que o ministro se dedicará à votação da Medida Provisória do programa “Agora Tem Especialistas” no Congresso, tratada como prioridade de sua gestão.

O ministério alega que a decisão americana viola o Acordo de Sede com a ONU, prejudica a atuação brasileira em fóruns internacionais e compromete a apresentação de propostas no principal evento de saúde pública das Américas. “O país é uma referência em saúde pública mundial e um dos principais articuladores de ações voltadas à defesa da vacina, da ciência e da vida”, destaca a pasta.

Apesar da ausência de Padilha, o ministério afirma que a delegação brasileira atuará em diálogos bilaterais e em reuniões com representantes do Mercosul e dos Brics, blocos atualmente presididos pelo Brasil.

O visto de entrada do ministro nos EUA estava suspenso desde agosto. Segundo fontes diplomáticas, Padilha foi alvo indireto de sanções do governo norte-americano em razão de sua atuação no programa Mais Médicos, durante a gestão Dilma Rousseff. O programa é criticado por entidades internacionais por possíveis violações de direitos humanos envolvendo profissionais cubanos.

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