
Durante audiência da Subcomissão Especial sobre o Combate à Censura, na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (24), o ex-assessor de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro, afirmou que Dario Durigan, atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda e homem de confiança do ministro Fernando Haddad, teria participado de um esquema informal de censura durante as eleições de 2022.
Segundo Tagliaferro, Durigan atuava à época como diretor da Meta no Brasil e integrava uma estrutura paralela de monitoramento e remoção de conteúdos nas redes sociais.
Conexão política
O deputado Gustavo Gayer (PL-GO), responsável por convocar Tagliaferro, questionou diretamente a relação:
“Um diretor que participou dessa estrutura de censura pra derrubar perfis de direita, depois da vitória do candidato deles, conseguiu um cargo no atual governo?”.
Tagliaferro respondeu de forma objetiva: “Sim, é o Dario Durigan”.
Pressão sobre plataformas digitais
O ex-assessor relatou que empresas como Meta, Google, YouTube e Telegram eram chamadas para reuniões no TSE e recebiam ordens de remoção de perfis e conteúdos, com prazos curtos e sob risco de bloqueio nacional caso não atendessem às exigências.
“As empresas participavam constantemente. Sempre era pedido uma certa celeridade. Às vezes, o ofício nem passava pelo canal oficial; enviávamos diretamente a contatos de diretores para atender aos pedidos do ministro Alexandre de Moraes o quanto antes”, afirmou.
De acordo com ele, os assessores de Moraes mantinham comunicação direta com executivos das plataformas, muitas vezes fora dos canais institucionais. “Eles eram ameaçados, inclusive, com a derrubada da própria plataforma em todo o território nacional”, acrescentou.
Estrutura paralela de servidores
Tagliaferro também acusou servidores do TSE de atuarem de maneira informal no processo de remoção de conteúdo. Ele citou a ex-secretária de transporte do tribunal, Adair Izaguiar, que enviava listas de perfis diretamente para seu WhatsApp, mesmo sem vínculo formal com o gabinete de Moraes.
“Ela não tinha ligação com o gabinete ou com a presidência do TSE, mas mesmo assim mandava os perfis. De onde vinha a autoridade dela? De conta própria”, relatou.
Segundo o ex-assessor, outros funcionários também participavam dessa dinâmica. “Virou um mutirão de perseguição à direita”, resumiu.
Posição do Ministério da Fazenda
O Diário do Poder informou que entrou em contato com a assessoria do Ministério da Fazenda para comentar a citação a Dario Durigan. Até o momento, não houve retorno.
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