Em uma reunião fechada nesta terça-feira (6), a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, discutiu com líderes da base governista na Câmara dos Deputados como conter os danos políticos do escândalo no INSS e esvaziar a movimentação por uma CPI que investigue as fraudes bilionárias.
Vídeos da reunião, obtidos pela imprensa, revelam que a preocupação central da ministra não foi com a apuração ou punição dos responsáveis pelo desvio de R$ 6,3 bilhões, mas com o impacto da crise na imagem do governo Lula.
“Até você explicar isso para a sociedade, o que impacta é a imagem do governo”, afirmou Gleisi.
A ministra, que também é presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), reforçou que a resposta à crise deve ser baseada em uma “disputa política”, não em medidas concretas de responsabilização.
Temor com a CPI e tentativa de esvaziamento
Gleisi mencionou o avanço das articulações por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e por uma possível CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), mas não apresentou qualquer proposta para fortalecer os mecanismos de controle ou impedir novos abusos.
“A oposição está aí, fala em CPI. De novo, vamos ter de fazer um esforço de disputa política na sociedade”, declarou, sugerindo uma mobilização para conter o avanço das investigações.
Parlamentares de oposição já protocolaram pedidos formais de CPI na Câmara, apontando a necessidade de investigar a omissão do governo federal e o envolvimento de sindicatos aliados, alguns ligados a familiares do presidente Lula, no esquema criminoso que atingiu milhões de aposentados e pensionistas.
Estratégia de Lula: “resolver na narrativa”
A postura de Gleisi está alinhada à orientação do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que em encontros com aliados defendeu a construção de uma “narrativa” positiva para contrabalançar o escândalo.
Durante um jantar com senadores, o petista teria dito que sua gestão precisa encontrar um discurso capaz de “levar a população a reconhecer as ações do governo”, mesmo diante de sucessivas denúncias.
A fala de Gleisi revela que, em vez de assumir a responsabilidade pela falha institucional, o Planalto parece mais empenhado em blindar politicamente o governo e transformar o escândalo em uma batalha de comunicação.
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