O jornalista Sérgio Tavares, que atualmente produz um documentário sobre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, fez uma declaração polêmica em depoimento ao Senado.
Foi durante uma audiência que tratou dos desdobramentos da Vaza Toga, escândalo que revelou relações atípicas entre Moraes e seus assessores no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Tavares afirmou que o ex-assessor do TSE Eduardo Tagliaferro virou alvo do Primeiro Comando da Capital (PCC) por ordem de Moraes. Agora, em entrevista a Oeste, o jornalista reforça a suspeita de uma ligação entre Moraes e a facção.
“Podemos fazer a leitura de que Alexandre de Moraes não só promove medidas ilegais e inconstitucionais, como tem também ligações ao PCC, que parecem atuar como seus jagunços em troca de benefícios”, disse.
A denúncia de Tavares se sustenta em áudios divulgados por ele mesmo. Neles, Tagliaferro conversa com o jornalista Oswaldo Eustáquio. Ambos afirmam que sofreram retaliações do PCC depois de entrarem na mira da Justiça brasileira.
Na entrevista, Tavares também criticou a atuação do ministro Gilmar Mendes, decano do STF. “Temos também outro ministro, Gilmar Mendes, conhecido por ser o laxante, que liberta todo o tipo de criminosos”, afirmou Sérgio Tavares. “Para além disso, quando ele começou os seus negócios obscuros e milionários em Portugal foi precisamente na mesma altura que o PCC se instalou em Portugal.”
Você mencionou, em reunião no Senado, os áudios em que Eduardo Tagliaferro teria afirmado ser alvo do PCC, por ordem do ministro Alexandre de Moraes. Como avalia essa informação?
Considero isso uma informação de gravidade extrema. Podemos fazer a leitura de que Moraes promove medidas ilegais e inconstitucionais. Há indícios de que mantém relações com o PCC, que atuam como seus jagunços, em troca de benefícios. Áudios vazados por ele mesmo confirmam essa conexão.
Essa é uma declaração que você considera verídica? Por quê?
Sim, considero verídica pelos factos já referidos. Foi uma confissão de um ex-assessor direto de Moraes, que a fez sem saber que estava sendo gravado. Além disso, o fato de ele ter elaborado um plano de fuga do Brasil prova que estava sendo perseguido e ameaçado.
É comum que pessoas que se tornam alvo do ministro Alexandre de Moraes, ou que passam a ser seus opositores, apresentem queixas semelhantes?
Sim. Ninguém costuma ter coragem de fazer queixas desse gênero contra Moraes, sob risco de perseguição implacável. Essa denúncia de Tagliaferro só veio à tona porque foi gravada de forma oculta. Ele temia por sua vida e pela de sua família. Muitos alvos da direita foram mortos nos últimos tempos, entre vereadores, prefeitos, e o próprio Bolsonaro, que foi esfaqueado numa tentativa de assassinato.
Por que você escolheu se aprofundar nesse tema?
Porque sou a única pessoa no mundo a produzir um documentário que expõe Alexandre de Moraes. O áudio de Tagliaferro é um relato importantíssimo para isso, pois se refere ao ex-assessor que deveria inventar crimes para perseguir aliados de Bolsonaro. Fui a pessoa escolhida por quem gravou esses áudios, Oswaldo Eustáquio, que também foi um grande perseguido de Moraes.
A quais conclusões tem chegado ao analisar o avanço da atuação do Judiciário brasileiro?
Moraes e o STF atuam como um governo não eleito, acima da lei e da Constituição. Decidem sozinho, de forma monocrática, passando por cima de juízes auxiliares. Tudo indica uma operação coordenada por uma agenda globalista, com ligações a George Soros e suas organizações, como a Usaid. Essa estrutura visa a transformar o Brasil em um país comunista, com controle, censura e corrupção em larga escala.
Você acredita na existência de vínculos entre organizações criminosas no Brasil e integrantes da política ou do Judiciário?
Sem dúvida. Para mim, o STF controla o PCC, narcotráfico e afins. Querem desarmar a população, para dar mais força aos criminosos. Assim, eles serão os únicos armados na sociedade civil. Eles também querem descriminalizar pequenos delitos, incentivando ainda mais o crime. Querem enfraquecer a polícia, libertar presos temporários e legalizar drogas. Tudo isso beneficia o crime organizado, que tem via livre para atuar. E, em troca, às vezes, precisam cumprir pedidos do tribunal, como enviar jagunços atrás de aliados, como o Allan dos Santos.
Você próprio foi alvo de uma tentativa de cilada há pouco tempo?
Fui. No mês passado, recebi dois contatos fraudulentos, fingindo ser alguém do gabinete de Elon Musk, com chips dos EUA, com o objetivo de me atrair a uma armadilha nos Estados Unidos. Tenho as mensagens no WhatsApp, feitas por esses números, guardadas como prova. Felizmente, percebi que algo não estava certo e não caí na cilada. Por que alguém me quereria fazer isso? Porque estou produzindo um documentário sobre Moraes, que será transmitido em várias línguas e expõe suas ações ilegais e criminosas.
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