A capital baiana pode vir a ter oficialmente o Dia da Prostituta. A iniciativa parte de um projeto de lei apresentado pela vereadora Marta Rodrigues (PT), que também é irmã do governador Jerônimo Rodrigues (PT). A proposta, que está em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal de Salvador, visa instituir o “Dia Municipal da Visibilidade da Trabalhadora e do Trabalhador do Sexo”.
Durante entrevista concedida à TV Câmara nesta terça-feira (3), Marta Rodrigues defendeu o projeto, destacando sua importância no combate ao preconceito e na promoção dos direitos humanos. Segundo a vereadora:
“Por isso que eu estou aqui dizendo que o projeto continua na CCJ e a gente continua aqui na luta, num debate, pedindo direito, respeito, reparação, dignidade e direitos humanos para todas as pessoas, independente da profissão que ela exerça”
Ela esclareceu ainda que o projeto foi construído com base em uma demanda da Associação das Profissionais do Sexo da Bahia (Aprosba), entidade que representa a categoria no estado. O objetivo é garantir que essas profissionais tenham seus direitos reconhecidos e sejam tratadas com respeito.
“Essas pessoas precisam estar inseridas e serem respeitadas e respeitados pela profissão que exercem”
Deputado Diego Castro critica iniciativa e questiona prioridades
A proposta, no entanto, não passou despercebida pela oposição. O deputado estadual Diego Castro (PL) manifestou-se de forma contrária à ideia, alegando que a medida não corresponde às reais necessidades da população baiana.
“Enquanto a Bahia enfrenta uma crise na saúde, na segurança e na educação, tem vereadora aqui em Salvador, irmã do governador, inclusive, preocupada em criar o ‘Dia da Prostituta'”
Castro também ressaltou que já existe uma data internacional voltada para essa pauta, celebrada em 2 de junho, fruto de um movimento francês surgido na década de 1970.
“Ou seja, nem original a proposta é. Mas pra quê se preocupar com saúde mental, com transporte, com saneamento, né? A prioridade do PT é sempre a mesma: lacrar na pauta identitária e deixar o que importa pra depois”
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